Seis pessoas testaram positivo para o vírus HIV após terem recebido órgãos transplantados na rede estadual do Rio Janeiro. O caso foi descoberto depois que um dos pacientes teria passado a apresentar sintomas neurológicos. Com isso, foram pesquisados os quadros de outras pessoas que receberam órgãos do mesmo doador.
Os testes para o programa de transplantes estavam sob responsabilidade de um laboratório privado, que havia sido contratado em dezembro do ano passado, de forma emergencial, em razão de o HemoRio (Instituto Estadual de Hematologia) estar sobrecarregado.
Continua depois da Publicidade
A Secretaria de Estado de Saúde considerou o caso “inadmissível” e afirmou ter criado uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados, além de tomar medidas para garantir a segurança dos transplantados.
Segundo o governo do estado, o laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Agora, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A secretaria informou ter aberto uma sindicância para identificar e punir os responsáveis. Além disso, declarou que está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Continua depois da Publicidade
“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”, disse a pasta por meio de nota.
Polícia Civil investiga o caso
Continua depois da Publicidade
Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil. A Decon (Delegacia do Consumidor), que tem entre suas atribuições a apuração de casos de saúde pública, realiza diligências.
“Situação é gravíssima”, afirma Cremerj
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) também abriu sindicância para apurar denúncias referentes à contaminação pelo vírus HIV de pacientes que receberam órgãos transplantados em unidades da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.
“A situação é gravíssima e o Cremerj reafirma seu compromisso de apurar os fatos com todo o rigor. A segurança dos pacientes é fundamental para garantir o bom exercício da medicina no estado do Rio de Janeiro e supostas falhas desse tipo são inaceitáveis”, afirmou o presidente do Cremerj, Walter Palis.