SAÚDE & INOVAÇÃO

Nanocristais de ouro podem ajudar com Parkinson e Esclerose Múltipla

Há uma chance real de vermos esses tipos de tratamentos em uso clínico em um futuro não muito distante


Os ensaios clínicos de segunda fase utilizando nanocristais de ouro administrados por via oral para tratar a esclerose múltipla e Parkinson produziram resultados promissores, indicou um novo estudo feito por pesquisadores do Instituto do Cérebro Peter O’Donnell Jr. Segundo o relatório, o tratamento restaurou metabólitos ligados à atividade energética crucial no cérebro que estão esgotados nestas condições neurodegenerativas.

Foto: GettyImagens

O cérebro depende de um fornecimento contínuo de energia na forma de trifosfato de adenosina (ATP) para alimentar suas funções de repouso e de estado ativo. Ao corrigir esse desequilíbrio energético, isso poderia ajudar a retardar o declínio neurológico e talvez até desencadear uma recuperação parcial para estes pacientes.

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Uma das características do Parkinson e da esclerose múltipla é um declínio rápido e grave no metabolismo energético do cérebro. Um cérebro saudável requer um fornecimento contínuo da molécula de energia do corpo ATP. À medida que envelhecemos, as atividades celulares ficam mais lentas e há menos ATP disponível para o cérebro utilizar. No caso das doenças neurodegenerativas, isso acontece ainda mais rapidamente.

O tratamento experimental que passou a ser utilizado nos ensaios clínicos foi denominado CNM-Au8. Ao todo, 24 pacientes foram recrutados para o experimento: 11 com esclerose múltipla e 13 com Parkinson. Após exames de base para avaliar indicadores do metabolismo energético cerebral, eles tomaram uma dose diária de CNM Au-8 durante 12 semanas.

Coletivamente, no final do ensaio, os pacientes observaram um aumento médio de 10,4% nos seus índices metabólicos, demonstrando que o tratamento estava surtindo o efeito pretendido. Os níveis de ATP também normalizaram durante os testes, com os pacientes de Parkinson relatando melhorias em alguns dos sintomas motores associados à doença.

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É importante ressaltar que nenhum dos participantes relatou efeitos adversos graves. Como próxima etapa, os pesquisadores devem continuar recrutando participantes para verificar se as descobertas podem ser repetidas em pessoas com a forma progressiva da esclerose múltipla.

Mas se os novos testes continuarem a produzir resultados promissores, há uma chance real de vermos esses tipos de tratamentos em uso clínico em um futuro não muito distante.

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