Um curativo de celulose contendo nanopartículas de prata se mostrou capaz de reduzir a concentração bacteriana em feridas complexas de pele, praticamente eliminando-as em menos de um mês de tratamento sem efeitos colaterais. Os resultados promissores dos testes em animais foram publicados no dia 1º de setembro, por pesquisadores das universidades de Araraquara (Uniara) e França (Unifran) no Journal of Pharmaceutical Sciences.
Nesse estudo, apoiado pela FAPESP, cientistas testaram um nanocurativo que reúne os benefícios de dois tratamentos com eficácia comprovada em cicatrização e melhoria das condições fisiológicas de feridas: as nanopartículas de prata, que apresentam atividade antimicrobiana; e as membranas de celulose bacteriana, material biocompatível constituído de nanofibras sintetizadas por bactérias Gram-negativas, que dispensam a remoção do tecido lesionado e ajudam a diminuir a dor do paciente.
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Durante um período de 21 dias, um grupo de ratos com feridas semelhantes às que podem ocorrer em seres humanos foi tratado com o nanocurativo. Para efeitos de comparação, outros animais receberam diferentes terapias, incluindo o uso exclusivo da membrana, sem a presença de prata.
Exames específicos analisaram a influência do tratamento na extensão da ferida, tais como a proliferação celular, o crescimento microbiano local, parâmetros histopatológicos e o conteúdo de colágeno, além de indicadores de toxicidade da prata, como ganho de peso, consumo de água e análise bioquímica de parâmetros de funções renal e hepática.