CONCLAVE

Cardeais favoritos do conclave já chegaram ao Vaticano

Votação para escolher novo pontífice começa no dia 7 de maio


Os cardeais favoritos para se tornarem o próximo papa já chegaram ao Vaticano para o conclave. A votação para escolher o novo pontífice começa no dia 7 de maio. Na data, 133 cardeais eleitores vão se reunir na Capela Sistina para definir quem sucederá Francisco no comando da Igreja Católica.

Foto: Divulgação

 

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A eleição de um chefe de Estado do Vaticano gera discussões ao redor de nomes considerados fortes candidatos. Há até mesmo um termo italiano para definir esses cardeais: “Papabile” (“papável”, em tradução literal).

O cardeal italiano Pietro Parolin, atua desde 2013 como secretário de Estado do Vaticano – cargo que basicamente reúne as funções de um primeiro-ministro e um ministro das Relações Exteriores, além de ser considerado o “número 2” do papa.

Fontes com conhecimento do Vaticano falaram sob a condição de anonimato, dizem ver Parolin como um forte candidato e destacam seus quase 40 anos de experiência na diplomacia da Santa Sé. O Vaticano descreve o cardeal como alguém “particularmente especialista em assuntos relativos ao Oriente Médio e à situação geopolítica do continente asiático”.

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Outro favorito para a disputa, é o cardeal italiano Matteo Zuppi, nome que consta em todas as listas que circulam. Assim como Parolin, ele também carrega grande experiência diplomática em sua atuação na “Comunidade de Santo Egídio” – organização católica apelidada de “a pequena ONU de Trastevere”, em referência ao bairro romano onde fica sua sede.

Por exemplo, em 1992, Zuppi foi um dos mediadores que alcançaram o acordo de paz para encerrar mais de 16 anos de uma guerra civil sangrenta em Moçambique. O cardeal também foi escolhido como o enviado de paz do papa para lidar com a guerra na Ucrânia.

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“Zuppi tem a seu favor a experiência na Comunidade de Santo Egídio, uma organização muito afinada com a linha pastoral de Francisco, e o posto na Conferência Episcopal Italiana, que o qualifica também como articulador político”, relatou uma fonte.

Um artigo do escritor especialista em Vaticano Marco Roncalli, traduzida pelo Instituto Humanitas Unisinos, destaca que Zuppi “se tornou um ponto de referência na vida urbana de católicos e não católicos, crentes e não crentes, quase uma autoridade civil além de religiosa, com capacidade imensas de mediação e concertação”.

Outro italiano cotado como “papabile” é o cardeal Pierbattista Pizzaballa. Ele comanda desde 2016 o Patriarcado Latino de Jerusalém – uma das mais importantes arquidioceses católicas, com jurisdição sobre a Palestina, Israel, Jordânia e Chipre.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, ele recorrentemente fez apelos pela paz e chegou a se oferecer em troca da libertação das crianças sequestradas pelo grupo palestino. Ele também trabalhou com a Ordem de Malta – organização internacional católica – para enviar ajuda humanitária para Gaza.

Foto: divulgação

Uma fonte ouvida pela CNN considera Pizzaballa um “candidato surpresa” no conclave. “É aquele que corre por fora, mas tem grandes chances. É italiano, mas fez carreira em meio às guerras do Oriente Médio. Tem uma espiritualidade fortíssima e o contexto das guerras fez com que essa espiritualidade fosse conhecida no mundo todo”, disse.

“E uma curiosidade: é o mais próximo do perfil do cardeal feito papa no filme ‘Conclave’”, acrescentou.

Já outra fonte pondera que o contato tão próximo com essas guerras pode tirar votos do cardeal. “Temos que lembrar que a Igreja não gosta muito de tocar em áreas sensíveis, como regiões com conflitos em curso. Mas se os cardeais quiserem exatamente isso – sensibilizar mais, provocar uma reflexão em uma área de crise – eles podem realmente optar pelo Pizzaballa”, afirmou