O Mercosul e a União Europeia chegaram a um acordo de livre comércio após 25 anos de negociações. O anúncio foi realizado antes da Cúpula de Presidentes do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai, nesta sexta-feira (06/12).

Foto: Divulgação
O tratado é considerado uma das maiores alianças de comércio e investimento do mundo, abrangendo mais de 700 milhões de consumidores, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que enfatizou a importância estratégica do acordo. “Estamos fortalecendo essa aliança única como nunca. Este acordo não é apenas uma oportunidade econômica, é uma necessidade política”, afirmou.
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Von der Leyen destacou três pilares do tratado: o apoio entre democracias, o desenvolvimento econômico e o compartilhamento de valores. Segundo a dirigente europeia, a parceria visa derrubar barreiras comerciais, fortalecer cadeias de valor, criar empregos e impulsionar a inovação em ambos os blocos.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, ressaltou que o tratado representa uma oportunidade para os países do Mercosul. “Não existem soluções mágicas. É uma oportunidade e cabe a cada um de nós determinar a velocidade com que podemos avançar nesse acordo”, declarou.
Resistência de agricultores europeus
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A resistência de países europeus, especialmente a França, devido a preocupações ambientais e agrícolas, foi superada nas negociações. Ontem (05/12), o presidente francês, Emmanuel Macron, definiu um possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia como “inaceitável”.
No entanto, Von der Leyen afirmou que os padrões europeus para alimentos e bebidas não serão alterados e que os produtores agrícolas do bloco continuarão protegidos.
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O acordo também considera o respeito ao patrimônio natural dos países do Mercosul, como Brasil e Argentina, e foi descrito como um avanço que beneficia tanto economias quanto políticas democráticas, em um momento de instabilidade global.