Em meio à guerra que já se arrasta por mais de três anos, o governo da Rússia comunicou, nesta segunda-feira (28/04), a suspensão temporária dos ataques à Ucrânia. A pausa está prevista para ocorrer entre os dias 8 e 11 de maio.

Foto: Sergei GUNEYEV / SPUTNIK / AFP
O Kremlin justificou a decisão por “razões humanitárias” e ressaltou que o cessar-fogo coincide com as celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória — marco da derrota da Alemanha Nazista pela União Soviética e aliados na Segunda Guerra Mundial.
Continua depois da Publicidade
De acordo com o anúncio oficial, a trégua terá duração de 72 horas, começando no início de 8 de maio e se estendendo até o final de 10 de maio. Moscou também solicitou que Kiev respeite o cessar-fogo. No entanto, o governo russo alertou que, caso a Ucrânia desrespeite a pausa, “resposta adequada e eficaz” será dada pelas forças armadas.
A decisão de Vladimir Putin ocorre logo após críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou Moscou de intensificar os bombardeios em Kiev para prolongar o conflito. Trump tenta reaproximação com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após semanas de tensão.
Os dois líderes se encontraram no Vaticano, durante o funeral do papa Francisco, no fim de semana. Em fevereiro, eles haviam trocado acusações durante uma visita oficial à Casa Branca, em meio a negociações entre Trump e Putin sobre o fim da guerra, que deixaram Kiev de fora das discussões.
Continua depois da Publicidade
Após a reunião no Vaticano, Trump declarou que “Zelensky está mais calmo“, elogiou a resistência ucraniana diante de uma “força muito maior” e cobrou que Putin tem de “parar com os bombardeios, sentar e assinar um acordo” para encerrar o conflito.
O anúncio marca o segundo cessar-fogo proposto por Putin em pouco mais de dez dias. A primeira tentativa, durante a Páscoa, durou apenas 30 horas, segundo denúncias ucranianas de violações por parte da Rússia.
Continua depois da Publicidade
As negociações seguem travadas, principalmente devido à disputa sobre os territórios ocupados. Tropas russas controlam cerca de 20% da Ucrânia, incluindo a Crimeia, anexada em 2014. Zelensky exige a devolução de todas as áreas, enquanto Moscou insiste que essas regiões já foram incorporadas ao território russo.