O volume de chuvas no último verão, que terminou no dia 20 de março, não foi suficiente para repor o estoque de água no solo, provocando escassez que prejudica a produção agrícola. Isso porque o verão 2024/2025 foi o sexto mais quente no país desde 1961. A temperatura média ficou em 25,81 graus Celsius (ºC), o que representa 0,34°C acima da média histórica do período entre 1991 e 2020 (25,47°C).

Foto: Divulgação
A constatação é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.“Os volumes apresentados não foram suficientes para recuperar o estoque hídrico do solo, maltratado pelas últimas secas e incêndios florestais que têm atingindo com mais frequência os biomas Amazônia, Cerrado e o Pantanal nos últimos dois anos”, afirma o Inmet, acrescentando que partes do país, como Amazonas, sudoeste do Pará, e áreas do Maranhão e do Piauí tiveram estação bastante chuvosa.
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Entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano, o déficit de chuva em relação à média foi de 200 milímetros (mm) na porção mais ao norte do Pantanal, norte do Mato Grosso, Rondônia, parte leste do Acre e o sudoeste do Pará. Essa quantidade equivale a 200 litros de água de chuva caindo em cada metro quadrado de solo.
Ruim para a agricultura
O resultado dessa escassez hídrica neste último trimestre foi a perda de folhas nas áreas com florestas no oeste do Pará, leste do Amazonas, Rondônia e o Pantanal mato-grossense. Além disso, foi verificado pelo Inmet queda na produtividade de grãos devido à baixa umidade do solo.
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O Inmet destaca que o déficit hídrico acontece justamente no período de semeadura, contribuindo para perdas de diversas culturas agrícolas. A produção agrícola é um dos fatores que mexem diretamente com a economia do país, uma vez que menos produtos à disposição se refletem em aumento de preços dos alimentos.
A inflação dos alimentos tem sido atualmente uma das preocupações centrais do governo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação, ficou em 0,64% em março. O dado divulgado nesta quinta-feira (27) revela que os alimentos foram o componente que mais pressionaou o índice. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no começo do mês acreditar que os preços dos itens alimentícios devem recuar em 2025, devido, principalmente, pela supersafra prevista para este ano.