O número de estudantes com transtorno do espectro autista na educação básica aumentou 44,4% entre 2023 e 2024, de acordo com o Censo Escolar do ano passado. A quantidade de estudantes passou de pouco mais de 636 mil para quase 920 mil alunos.

Foto: Divulgação
Os alunos com transtorno do espectro autista são importante parcela dos atendidos na Educação Especial, que contempla os estudantes com deficiência, altas habilidades e superdotação. Na série histórica trazida pelo Censo Escolar, o número de matriculados na educação especial aumentou 58,7%, em relação a 2020.
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Fábio Cordeiro, autista e presidente Organização Neurodiversa pelos Direitos das Pessoas Autistas, vê o crescimento de forma positiva. “O aumento de estudantes autistas nas escolas brasileiras é uma realidade que se apresenta, como os dados do último Censo nos trazem. É um aumento bastante expressivo e de extrema importância, já que no Brasil nos faltam muitos dados acerca da incidência do autismo. A escola acaba sendo um local onde eu consigo fazer esse balanço”.
Mas, para ele, o ambiente escolar ainda precisa ser aperfeiçoado para de fato promover a inclusão desejada. “É preciso pensar de uma maneira onde a diversidade seja valorizada. Muitas escolas tem um entendimento muito rígido ainda do aprendizado, de como o aluno precisa aprender. E de que todos os alunos tem que aprender da mesma maneira e ao mesmo tempo. Eu acho que a gente precisa quebrar esse pensamento rígido”.
O percentual de matrículas de alunos incluídos em classes comuns de 4 a 17 anos também aumentou gradativamente, passando de 93,2%, em 2020, para 95,7%, em 2024. O ensino médio se destacou como a etapa da educação com a maior proporção de alunos incluídos em classes comuns.