


Foto: Divulgação
Na última segunda-feira (31/03) os Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores entregaram à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a documentação exigida para o reconhecimento, que será avaliado por um comitê intergovernamental que trata da Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial do órgão. A decisão será conhecida até o final do próximo ano.
O coordenador de comunicação da Associação de Maracatus de Olinda (AMO), mestre Nilo Oliveira, considera que a declaração de patrimônio cultural imaterial seria muito bem-vinda, somando-se ao reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2014.
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A AMO reúne mais de 30 grupos de Maracatu Nação. Segundo Oliveira, o trabalho de mapeamento percorreu um longo caminho, desde 2021, contando com a participação de mestres de maracatus ligados à AMO e à Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), além do Iphan e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
“Para a gente, foi muito importante. A gente vem acompanhando todo o processo desde o começo, junto com o pessoal da AMO. Foi um trabalho prolongado, minucioso, já que são vários grupos que a gente teve que pesquisar, teve que trabalhar, conversar, e cada um com as suas características particulares, mas no final foi super gratificante”, disse o mestre à Agência Brasil.
Tradição e ancestralidade
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O Maracatu Nação é uma das mais antigas manifestações culturais de Pernambuco e reflete a ancestralidade dos povos africanos diaspóricos. Originária do povo negro, da cultura de terreiro, a manifestação artística da cultura popular e carnavalesca ocorre principalmente na Região Metropolitana do Recife (PE), incluindo Municípios como Olinda, Igarassu e Jaboatão dos Guararapes.
Com origem que remonta ao período colonial, entre os séculos 17 e 18, o Maracatu Nação é formado por cortejos majestosos, nos quais integrantes desfilam com trajes ricamente adornados com pedrarias e bordados, que remetem às coroações reais, acompanhados de um conjunto musical percussivo.
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Reconhecimento
Para entrar na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, a candidatura deve seguir alguns critérios, como o bem cultural ser registrado como patrimônio imaterial pelo Iphan; ter um plano de salvaguarda elaborado; e garantir o envolvimento dos detentores do bem cultural no processo.