O documentário Milton Bituca Nascimento estreia nesta quinta-feira (20/03) nos cinemas brasileiros com quase duas horas de duração, o filme registra os bastidores da turnê de despedida do músico em 2022 e o reencontro com fãs de diferentes partes do mundo. Para celebrar o lançamento da obra, foi realizado alguns eventos de pré-estreia já ocorreram em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, local onde o homenageado de 82 assistiu sentado literalmente na primeira fila.

Foto: divulgação
“Meu sentimento em relação ao filme é de muita felicidade, principalmente quando penso nos tantos amigos preciosos que a vida me deu e que estão ali presentes. Sou grato por todo o carinho e amor que recebo de tanta gente. Durante toda a minha trajetória, fui guiado pelas amizades e pela música e isso é o que realmente importa na minha vida”, disse Milton Nascimento.
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Com uma história longa de sucesso, é difícil ficar impassível ao ouvir tantos artistas nacionais e internacionais falando dele com admiração e respeito.Entre os artistas mais experientes, falam no longa Gilberto Gil, Djavan, Chico Buarque, João Bosco e Ivan Lins. Mas nomes de gerações recentes também marcaram presença, como Maria Gadu e Tim Bernardes. O que ajuda a medir a influência atemporal de Milton.
Para além das fronteiras brasileiras, a voz e o talento do artista conquistaram nomes tradicionais do jazz norte-americano, como Wayne Shorter, Stanley Clarke e Herbie Hancock, e do folk rock, como Paul Simon. Ainda pelos EUA, o cineasta Spike Lee fala da intimidade e do encanto pelo cantor e compositor brasileiro. Assim como Fito Páez, nome importante do rock argentino.
Narrado pela atriz Fernanda Montenegro, de 95 anos, o documentário também traz reflexões sobre como as questões raciais permearam a vida de Milton. Desde os episódios de racismo na infância, em Minas Gerais, até o respeito que artistas e intelectuais negros nutrem pelo cantor. As falas da filósofa Djamila Ribeiro, e dos cantores Mano Brown, Criolo e Djonga vão nesse sentido.
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Outro aspecto abordado rapidamente no filme é o estado de saúde mais frágil de Milton. Ele tem diabetes e, na semana passada, o filho Augusto Nascimento revelou que ele tem Parkinson, o que traz ainda mais fragilidades.

Foto: Divulgação
Segundo a diretora Flavia Moraes, foram dois anos de gravação para o documentário, que conta com distribuição da Gullane+, o apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativa do Estado de São Paulo e do Ministério da Cultura, através da Lei Paulo Gustavo, e apoio institucional da Ancine.
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“Eu tive muita preocupação em não fazer um documentário chapa branca, em que todo mundo falasse bem. Mas que ele tenha muitos elogios, é inevitável. Obviamente existem muitas homenagens, porque ele está se despedindo dos palcos. E é um recorte, não uma biografia de forma cronológica. Até porque um documentário de duas horas não conseguiria dar conta da grandiosidade do Bituca”, disse a diretora Flavia Moraes.