Estudo indica possibilidade de longevidade por gene encontrado em um tipo de roedor


VIDA LONGA

Os ratos-toupeira-pelados são os pilares dessa pesquisa e também são conhecidos por sua aversão a doenças crônicas e pela vida longa

Estudo desenvolvidos por pesquisadores da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, afirma que o ácido hialurônico encontrado abundantemente em tecidos orgânicos pode estar relacionado à longevidade e a resistência ao Câncer. 

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A matéria com os apontamentos dos pesquisadores foi divulgada na revista Nature, após revisão dos estudos por outros cientistas. Na ocasião, a pesquisa revela que o aumento na concentração do ácido hialurônico em roedores modificados geneticamente gerou uma menor incidência de Câncer espontâneo e induzido. A decorrência desse estudo foi o prolongamento da vida útil e a melhoria da saúde dos animais. 

Atualmente, o ácido hialurônico é encontrado naturalmente nos ossos, músculos e na pele. Esse componente é um dos principais ativos utilizados nas fórmulas de cosméticos para tratamento do envelhecimento da pele. 

Os pesquisadores utilizaram modificação genética para atingir os benefícios da expectativa de vida e saúde nos camundongos. Os cientistas realizaram uma transferência de um gene de alto peso molecular responsável pela produção do ácido hialurônico presente nos ratos-toupeira-pelados.

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O resultado da análise afirma que os roedores modificados mostraram um crescimento nos níveis desse ácido em diversos tecidos e possíveis benefícios da substância. Os índices de expectativa de vida aumentaram cerca de 4,4%.

Conforme uma das autoras do estudo, a professora de Rochester, Vera Gorbunova, a iniciativa mostra que existe a possibilidade de encontrar uma forma de prolongar a vida de mamíferos mediante outros mamíferos. “O nosso estudo fornece uma prova de princípio de que mecanismos únicos de longevidade que evoluíram em espécies de mamíferos de vida longa podem ser exportados para melhorar a esperança de vida de outros mamíferos”.

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Os ratos-toupeira-pelados são os pilares dessa pesquisa e também são conhecidos por sua aversão a doenças crônicas e pela vida longa. Estudos afirmam que animais desta espécie podem viver cerca de 41 anos, dez vezes mais que outros roedores do mesmo tamanho. Comparados com camundongos e os humanos, os ratos-toupeira-pelados possuem um nível de ácido hialurônico de alto peso molecular, dez vezes mais em seu organismo. 

Estudos anteriores indicaram que com a ausência desse composto, esses roedores ficam propícios a formarem tumores cancerígenos. O estudo atual afirma, que é possível a transferência dessa característica para outras espécies, como os seres humanos. Os cientistas acreditam que com o controle dessa substância é possível retardar a degradação da mesma no nosso corpo ou aumentar sua composição. 

Conforme o artigo publicado na revista Nature, com a descoberta através dessa pesquisa, “a possibilidade de exportar o gene pode trazer novos caminhos para a utilização do ácido hialurônico de alto peso molecular (AH-APM) para potencializar a expectativa de vida e saúde”.