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Dalton Trevisan, um dos maiores contistas do Brasil, morre aos 99 anos em Curitiba

Escritor levava vida reclusa na capital paranaense e era avesso a dar entrevistas. Morte foi confirmada nesta segunda-feira (09/12), mas não teve a causa divulgada.


O escritor Dalton Trevisan, conhecido como “O Vampiro de Curitiba”, morreu nesta segunda-feira (09/12), aos 99 anos, na capital paranaense. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná em um comunicado e também pela família em uma publicação de rede social. A causa da morte não foi informada.

Foto: Divulgação

Nascido em Curitiba, em 14 de junho de 1925, Dalton Trevisan começou a carreira literária com a novela “Sonata ao Luar” e ganhou destaque nacional com “Novelas nada exemplares”. Sua obra é conhecida por retratar o cotidiano de forma concisa e popular, explorando as tramas psicológicas e os costumes urbanos.

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Trevisan recebeu vários prêmios importantes, incluindo o Jabuti e o Camões — os mais importantes para autores em língua portuguesa. No comunicado oficial do prêmio Camões, a organização divulgou que não havia conseguido contato com Dalton Trevisan para avisá-lo da homenagem.

Dalton era avesso a conceder entrevistas desde os anos 1970 e levava uma vida reclusa na capital paranaense — poucas pessoas tinham acesso a ele. Em 2021, o escritor deixou de morar na casa que se tornou ponto turístico para interessados em literatura, na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros, no Alto da Glória.

A saída do local se deu por questões de segurança e também de saúde. Desde então, o contista morava em um apartamento no Centro de Curitiba.

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Conforme o comunicado da secretaria, Trevisan desvendou, como poucos, as complexidades humanas e as angústias cotidianas da vida urbana. “Dalton retratou com crueza a solidão, os dilemas morais e as contradições da classe média, com um olhar atento para os excluídos e marginalizados”, afirmou.