Em Manaus, o Rio Negro subiu pelo segundo dia seguido e atingiu a cota de 12,13m, dois centímetros a mais que a menor cota registrada na última quarta-feira (09/10). De quarta a sábado, o Negro estabilizou na cota de 12,11 metros, até que no domingo registrou sua primeira alta de 1 centímetro, valor que se repetiu nesta segunda-feira (14/10).
Apesar dessa sinalização de fim de vazante, especialistas ouvidos pelo RealTime1 não confirmam o início da cheia por conta da possibilidade do fenômeno do repiquete, que é a descida rápida do rio após um período de estabilidade ou alta.
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Conforme a pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), Jussara Cury, não há previsões de chuvas suficientes para cravar o início da enchente em rios como o Negro, que pode continuar apresentando variações de descida e subida devido ao repiquete.
“As estimativas de precipitação para esta semana indicam chuva, mas ainda abaixo do normal para o período. Para o rio (Negro) voltar a encher é preciso de chuva nas cabeceiras, para então distribuir ao longo da bacia e isso ainda não está previsto pelos climatologistas”, explicou.
Impulsionado pelas chuvas na região de Quito, no Equador, o rio Solimões subiu sete centímetros de domingo para segunda-feira, atingindo a cota de -1,91 metro. Esse movimento é importante porque o Solimões influencia o sistema hidrológico do rio Negro, uma vez que faz uma espécie de represamento na região do Encontro das Águas, permitindo a enchente do rio a partir de Manaus.
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Vazante ainda não ‘acabou’ em Itacoatiara
Além do Negro e do Solimões, também apresentam viés de cheia os rios Madeira (0,41 m), Tapajós (-0,10 m) e Juruá (4,89 m). Das calhas medidas pela Agência Nacional de Águas (ANA), apenas a régua do rio Amazonas, em Itacoatiara, segue em processo de vazante, registrando nesta segunda-feira a cota negativa de -11 cm.